Amigos, já faz tanto tempo, mas nossa conversa ontem me ajudou a relembrar pequenas cenas relacionadas ao meu aprendizado da leitura. Vamos lá!
Fui alfabetizada no Rio de Janeiro, no início da década de 70, em uma escola estadual. A primeira recordação que me veio, foi uma situação de avaliação, em que a professora chamava os alunos individualmente para que lessem trechos de um livro, acho que era uma cartilha, Caminho Feliz e dessa forma ela se informava sobre o nosso aprendizado.Em casa tínhamos muitos livros, meu pai era um leitor ávido e comprava as enciclopédias vendidas de porta em porta, além dos livros de seu gosto pessoal. Lembro que eu adorava folheá-los e em busca de figuras bonitas. Mais tarde, passei a explorar uma enciclopédia infantil chamada Mundo da Criança, que já me parecia antiga naqueles tempos, mas que eu adorava, ficava lendo as poesias, quadrinhas, sugestões de brincadeiras para dias de chuva... admirando as ilustrações e fotos.
Um resgate feito ontem, foi de uma cena em que estava com minha mãe, passeando pelas ruas da Lapa, quando li numa tabuleta: ESFIHAS e perguntei para ela, o que eram ESFINHAS. Ela demorou um pouco para entender o que eu estava dizendo e eu para entender o que ela estava me explicando, como o H podia ter o som do R. Automaticamente, ao ler a palavra, eu tinha inserido a letra N antes do H e não me conformava com o fato dela não estar lá.
Meu gosto pela leitura se iniciou quando eu devia ter 10 ou 11 anos e foi se consolidando com o tempo.Lembro que no meu diário, eu fazia listas dos títulos dos livros que já tinha lido, infelizmente essa lista se perdeu.
Eu queria ler de tudo um pouco na minha adolescência, queria ficar sabida e lia vorazmente, até que um dia, minha professora de História do colegial me emprestou para fazer um trabalho, O Capital, de Karl Marx, eu nunca tinha visto um livro tão enorme na minha vida e juro por Deus, que tentei ler, mas foi impossível. Lembro da frustração da professora e a minha também.
Prá terminar, eu leio em qualquer lugar, na cozinha entre uma panela e outra, no banheiro, no sofá com a TV ligada e as crianças brincando, mas ultimamente meu lugar mais frequente tem sido na cama antes de dormir, já virou um ritual.
Bom espero que vocês apreciem essas pequenas memórias leitoras.
Um abraço para todos.